Fornecedores chineses elevaram seus embarques de MAP nos últimos 12 meses em meio ao fortalecimento da demanda na América Latina e na Austrália, que superou as restrições na oferta do nutriente.
A China exportou 2,71 milhões de t de MAP desde fevereiro de 2017, alta anual de quase 36pc, segundo dados de comércio externo. Os embarques foram impulsionados pela elevação da demanda a partir do Brasil – o maior importador global de MAP –, que recebeu 974.000t no período, montante 25pc superior na comparação anual.
A demanda brasileira por adubos tem sido sustentada pela maior disponibilidade de crédito agrícola, em meio à recuperação da economia local em curso desde 2015. A alta nos embarques de MAP é notável, sobretudo em um contexto de cortes na produção impostos pelo governo chinês a produtores locais durante os meses de inverno, por conta da elevação nos custos de matérias-primas.
Importadores brasileiros elevaram o consumo de MAP com menor teor de P2O5 como as variedades 11-44 e 10-50, além da tradicional 11-52. As variedades de MAP com baixo teor de P2O5 podem ser mais baratas em alguns momento do ano, abrindo a possibilidade de arbitragem destes produtos. Há ainda uma grande demanda no Brasil por MAP chinês 11-44 para mistura de NPK pois o adubos é indicado ao cultivo de milho, sobretudo em Mato Grosso.
Fornecedores chineses elevaram as exportações de MAP para a Argentina, por conta do aumento no interesse importador pelo produto chinês em detrimento daquele originado na Arábia Saudita e Rússia. A Argentina recebeu 242.000t de MAP nos últimos 12 meses, alta anual de 42pc. Além disso, fornecedores aumentaram seus envios ao Chile em 78pc para 77.000t e ao Uruguai em 17pc para 52.000t, na mesma base de comparação.
Vendedores chineses exportaram 467.000t de MAP à Austrália nos últimos 12 meses, montante 44pc superior na comparação anual. Já as importações indianas permaneceram estáveis em 128.000t durante o período.
Além disso, as exportações chinesas para Vietnã e Malásia subiram 11pc e 86pc, respectivamente, ambas para 97.000t.
As exportações chinesas totais de MAP se mantiveram estáveis na comparação anual em 70.000t no mês passado, sendo a maior parte enviada a compradores na região da Ásia-Pacífico.
A Austrália recebeu 30.000t de MAP chinês em janeiro, acompanhando o fim da temporada de importações do nutriente no país. Os embarques com destino à Tailândia e à Malásia somaram 15.000t e 7.000t, respectivamente.
O Brasil importou menos de 1.000t de MAP chinês no primeiro mês de 2017 em meio ao elevado nível dos estoques domésticos e à baixa disponibilidade de MAP chinês com baixo teor de P2O5 disponível para exportação por meio de tradings.