O governo reinstaurou a taxação de importação de etanol em 18pc, com o objetivo de proteger a indústria nacional.
A nova regulação entra em vigor em 1º de fevereiro, depois da decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex). A tarifa estava zerada desde março do ano passado.
A medida é uma tentativa de auxiliar a produção doméstica sem elevar os preços na bomba, de acordo com o governo federal.
"Não há risco de desabastecimento e nem subida de preço", disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, acrescentando que o Brasil possui capacidade suficiente para atender à demanda interna.
Em 23 de março de 2022, o imposto foi reduzido para zero pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, visando conter a inflação anualizada de dois dígitos e diminuir os preços de gasolina. Mas a medida teve um impacto insignificante nas importações, de acordo com analistas.
Em 2022, as importações de etanol caíram 26pc em relação aos níveis de 2021 e totalizaram 315.773m³, segundo dados do Ministério da Economia. Os carregamentos somaram 15.030m³ em dezembro.
As importações foram de 35.146m³ em março de 2022, quando a isenção foi estabelecida. As importações do biocombustível já haviam recuado 57pc em 2021 na base anual, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a desoneração foi feita de forma despreparada e que "prejudicava a indústria nacional de etanol, que é responsável pela geração de empregos, oportunidades e energia limpa e precisa ser valorizada".