A Copercampos, uma das maiores cooperativas do país, pretende construir a primeira usina de etanol de Santa Catarina, apostando no milho e no trigo como matéria-prima para a produção, já que a região subtropical não é adequada para o plantio e cultivo de cana-de-açúcar.
A cooperativa deve investir cerca de R$200 milhões para a construção da unidade industrial em Campos Novos, onde a companhia produz grãos, sementes e ração animal. A Copercampos conta ainda com um posto de combustíveis próprio na cidade. As obras estão previstas para começarem no primeiro semestre deste ano, com um prazo de 24 meses para conclusão da construção e largada na produção.
Quando o projeto entrar no ar, a empresa espera entregar 35.700 m³/ano, com 85pc da produção total derivada do milho e o restante do trigo. O etanol anidro deve abocanhar a maior fatia do mix produtivo, alcançando 32.000 m³/ano, contra 3.700 m³/ano de hidratado.
Além do etanol, a planta de Campos Novos também processará 25.000 t/ano de grãos secos de destilaria (DDG, na sigla em inglês) e 1.500 t/ano de óleos, segundo estimativas da empresa. Também gerará 15 GWh/ano de eletricidade para serem vendidos de volta à rede.
A unidade será a única usina ativa de etanol de Santa Catarina e um dos diversos projetos de etanol à base de culturas amiláceas e não de cana-de-açúcar esperados nos estados do Sul nos próximos anos, todos em diferentes estágios de desenvolvimento.
Participantes da indústria consideram inviável produzir etanol a partir de apenas uma matéria-prima no Sul, devido às condições climáticas desfavoráveis. Por isso, novos investidores têm vinculado seus projetos a múltiplas opções de matéria-prima.
Triticale, aveia branca, cevada, centeio e até mesmo trigo de menor qualidade são algumas das possibilidades para compor o leque de matérias-primas para etanol. Sorgo granífero, arroz gigante e batata-doce também são opções consideradas por pesquisadores brasileiros.