25/10/24
Seca no Brasil: Níveis dos rios voltam a subir
Seca no Brasil: Níveis dos rios voltam a subir
Sao Paulo, 25 October (Argus) — Os embarques brasileiros de grãos e
fertilizantes seguem em risco devido ao baixo nível dos rios ao longo das
principais hidrovias, uma vez que a pior seca na história do Brasil continua
dificultando a navegação. Porém, os rios registraram recuperação esta semana,
devido ao aumento das chuvas no país, com seus níveis subindo novamente após
quase um mês de quedas consecutivas. Hidrovia do Madeira A hidrovia Madeira liga
Porto Velho, capital do estado de Rondônia, ao porto de Itacoatiara, no estado
do Amazonas, e é a segunda maior da região Norte. Em outubro, o porto de
Itacoatiara deve receber cerca de 70.634 toneladas (t) de fertilizantes, de
acordo com dados de lineup da agência marítima Unimar. O nível do rio Madeira em
Porto Velho aumentou para 91cm em 23 de outubro, ante 46cm em 18 de outubro, de
acordo com dados do monitoramento do Serviço Geológico Brasileiro (SGB). Porém,
a navegação permanece suspensa no porto, depois da Sociedade de Portos e
Hidrovias do estado (SOPH) interromper as operações em 23 de setembro porque o
Rio Madeira registrou seu menor nível desde que o monitoramento começou em 1967.
Hidrovia do Solimões-Amazonas A hidrovia Solimões-Amazonas é a principal do
Norte do Brasil, movimentando cerca de 65pc dos volumes da região, segundo o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Ela liga a
capital do Amazonas, Manaus, à capital do Pará, Belém. Em 23 de outubro, o nível
do Rio Negro estava em 12,56m no ponto de monitoramento do SGB em Manaus, acima
dos 12,46m de 18 de outubro. Isso ainda supera o menor nível histórico de 12,7m
registrado em 121 anos de monitoramento. Hidrovia do Tapajós-Teles Pires É uma
hidrovia importante para transportar os volumes produzidos na porção norte do
estado de Mato Grosso até o porto de Santarém, no Pará. O porto de Santarém deve
receber 130.234t de fertilizantes em outubro, de acordo com dados de lineup da
agência marítima Unimar. A hidrovia Tapajós-Teles Pires também enfrenta uma
situação crítica. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou
escassez hídrica no Rio Tapajós em 23 de setembro. O clima mais seco do que o
normal reduziu os níveis dos rios — especialmente no trecho entre as cidades de
Itaituba e Santarém, no Pará — para abaixo dos níveis mínimos históricos. O
nível do Rio Tapajós no ponto de monitoramento de Itaituba, onde está localizado
o ponto de transbordo para a hidrovia em Miritituba, estava em 1,03m em 23 de
outubro, acima dos 92cm em 18 de outubro, mas ainda abaixo da mínima recorde de
1,32m, de acordo com dados do SBG. No ponto de monitoramento de Santarém, o Rio
Tapajós estava em 27cm, um nível considerado de seca. O nível era de 28cm em 18
de outubro. O mínimo histórico no local é de -55cm abaixo do ponto de referência
do porto. Um nível abaixo de zero não significa que o rio está seco, mas indica
condições extremamente baixas. Hidrovia Tocantins-Araguaia A hidrovia
Tocantins-Araguaia abrange os Rios Araguaia e Tocantins. Ela vai da cidade de
Barra do Garças, em Mato Grosso, pelo Rio Araguaia, ou da cidade de Peixes, no
estado do Tocantins, pelo Rio Tocantins, até o porto de Vila do Conde, no Pará.
Soja, milho, fertilizantes, combustíveis, óleos minerais e produtos derivados
são transportados pelas hidrovias do Norte. O porto de Vila do Conde deve
receber 245.500t de fertilizantes em outubro, de acordo com a Unimar. O SGB
possui dois pontos de monitoramento no Rio Araguaia. Na cidade de Nova Crixás,
em Goiás, o rio estava em 3,11m em 23 de outubro, acima dos 2,85m de 18 de
outubro e superando o mínimo histórico anterior de 3,10m. Na cidade de São Félix
do Araguaia, em Mato Grosso, o rio estava a 2,71m, acima dos 2,56m de 18 de
outubro, se recuperando dos níveis extremos de seca e se afastando da mínima
histórica de 2,51m. Por João Petrini Envie comentários e solicite mais
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