A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou nesta sexta-feira o credenciamento da consultoria Green Domus Desenvolvimento Sustentável como a primeira empresa de inspeção para certificar as usinas produtoras de biocombustíveis no âmbito do RenovaBio.
A função da firma inspetora dentro do programa é de auditar produtores e importadores de biocombustíveis para a emissão o Certificado da Produção Eficiente de Biocombustíveis e a Nota de Eficiência Energético-Ambiental. O registro dois dois certificados é necessário para a emissão de CBios.
"Nossa atuação está concentrada na questão técnica-ambiental, para garantir que a menor emissão de carbono possa ser reinvindicada e transformada em créditos, os chamados CBios", disse Felipe Bottini, sócio-fundador da Green Domus à Argus.
Fundada em 2005, a Green Domus já prestou consultoria a programas das Nações Unidas sobre o assunto e há mais de dez anos trabalha com projetos de emissões de crédito de carbono, segundo informações disponíveis no site da empresa.
Por enquanto, Bottini não antecipa obstáculos no processo de certificação das usinas, mas mostra-se reticente em relação à possível venda direta de etanol entre usinas e postos de abastecimento. "Isso pode representar uma grande mudança, sobretudo pela dificuldade de controle e pode trazer um impacto significativo no projeto", disse, referindo-se ao RenovaBio. De acordo com o executivo, a possibilidade foi amplamente debatida com os envolvidos no programa.
Bottini mostra-se um entusiasta do RenovaBio, e destaca a criação de oferta e demanda pelos créditos de carbono na mesma geografia como um dos pontos fortes da política de biocombustíveis. "Outro aspecto extremamente relevante é a implementação de metas que faz o distribuidor precisar de créditos para comprar combustíveis fósseis. Na prática, é um instrumento econômico para limpar a matriz energética", disse.