25/03/25
Frete: Fluxo entre portos e CO eleva preços
Frete: Fluxo entre portos e CO eleva preços
Rio de Janeiro, 25 March (Argus) — O preço do frete rodoviário de diesel e
gasolina subiu em todo o país entre janeiro-fevereiro, impulsionado pelo aumento
da demanda por transporte de produto importado entre os principais portos
brasileiros e o Centro-Oeste, importante região para setor agrícola. O frete
rodoviário de combustíveis claros subiu 0,9pc, na média nacional para fevereiro,
alcançando R$121/m³, de acordo com dados coletados pela Argus junto a
distribuidores. As operações de coleta de diesel e gasolina com destino à região
Centro-Oeste foi o principal vetor desta alta, com um aumento médio de 12,4pc,
para R$168/m³, em média. Nas regiões Nordeste e Sul, o valor para o transporte
de diesel e gasolina caiu 8,9pc e 3,5pc para R$123/m³ e R$109/m³,
respectivamente. Houve um crescimento do uso de diesel importado no mês passado,
em um momento de recuperação da demanda por diesel por parte do setor agrícola.
Parte da região Centro-Oeste é suprida pelos desembarques de diesel importado no
porto de Itaqui (MA), onde a procura pelo produto é consistente. Distribuidores
continuam buscando volumes de S10 nacionalizado no mercado à vista, mas o
suprimento via contratos – no modelo open book - se tornou preferência entre
participantes de mercado do Nordeste. Os indicadores Argus de diesel dap
entregue nos portos brasileiros mostram que os preços do produto originado na
Rússia ficou mais barato do que o combustível vendido pela Petrobras desde 3 de
fevereiro, data do último aumento de preço da empresa. No modal rodoviário,
dados da Argus indicam que as transferências a partir dos portos de Belém (PA),
São Luís (MA), Santos (SP) e Paranaguá (PA) para a região Centro-Oeste
representaram 27,9pc do volume total transportado em fevereiro, comparado com
20,4pc em janeiro. O aumento da originação do combustível a partir dos portos e
com destino ao Centro-Oeste elevou a distância média percorrida pelos
caminhoneiros em 12,8pc, para uma média de 777km, maior nível desde julho de
2024. Tendência continua em março O amplo volume negociado no mercado à vista
nos portos brasileiros indica que distribuidores continuem aproveitando os
descontos do diesel importado em relação ao preço do produto doméstico, para
atender ao crescimento da demanda pelo combustível nas regiões agrícolas, com
destaque para o Centro-Oeste, onde a colheita de soja está acelerando. Entre
5-24 de março, os indicadores de diesel FCA em Santos e Paranaguá registraram
descontos médios superiores a R$200/m³ em relação às bases de Paulínia e
Araucária, enquanto o desconto médio de Itaqui foi de R$94/m³ em relação aos
preços do produto armazenado do porto de São Luís. A demanda pelo combustível
nacionalizado foi aquecida ao longo de março, sobretudo na segunda quinzena, em
função da arbitragem favorável. A busca por volumes no mercado à vista de
Paranaguá é mais expressiva em relação a outros portos. De acordo com os dados
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicados hoje, a colheita de
soja avançou 6,6 pontos percentuais para 76,4pc entre 16 e 23 de março, acima da
média dos cinco últimos anos de 66,2pc para esta data Por Amance Boutin e
Gabrielle Moreira Envie comentários e solicite mais informações em
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