16/11/23
Porto de Itaqui traça plano para zerar emissões
Sao Paulo, 16 November (Argus) — O porto de Itaqui, no Maranhão, prepara um
plano de descarbonização, a ser lançado em outubro de 2024, para zerar as
emissões de gases de efeito estufa até 2050, em meio a esforços para a transição
energética. O projeto é uma parceria entre a Empresa Maranhense de Administração
Portuária (Emap) e o porto espanhol de Valência, que entregará três planos de
ação para auxiliar Itaqui a definir futuras políticas e medidas. O porto
brasileiro movimenta, principalmente, exportações de grãos e importações de
derivados de petróleo, como diesel e gasolina. Itaqui investiu R$1,8 milhão na
iniciativa e recebeu o primeiro plano de ação,a respeito da metodologia do
projeto, em setembro. Para os próximos passos, Valencia entregará um inventário
da pegada de carbono do porto, em referência aos dados de 2022, que servirão
como marco zero para o projeto. O plano final de descarbonização será divulgado
em outubro do ano que vem. Itaqui emite 700 t/ano de carbono, de acordo com
pesquisas anteriores. "Acredito que as estimativas de Valencia serão um pouco
maiores, pois os parâmetros internacionais podem ser diferentes", contou a
gerente de Meio Ambiente do porto, Luane Lemos, à Argus . Os três escopos de
emissões de gases de efeito estufa, relativos a diferentes níveis de atividade,
serão considerados no plano, que cobrirá de caminhões a navios e equipamentos
portuários. "O documento vai nos orientar como poderemos substituir veículos
poluentes, por exemplo", Lemos disse. "Pode ser com ferrovias, mudando o
combustível ou trazendo as regiões consumidoras para mais perto." Os caminhos
para zerar as emissões também podem incluir hidrogênio, energia solar e eólicas
offshore, ela acrescentou. A iniciativa para impulsionar fontes de energia
renováveis no país é uma tendência em ascensão nos portos brasileiros. Suape,
Santos e Pecém já anunciaram planos para produzir hidrogênio nos próximos anos.
O estado do Maranhão também está recebendo propostas de empresas internacionais
sobre hidrogênio verde, contou Lemos à Argus . "Os navios estão evoluindo para
usar combustíveis alternativos, e a amônia, o hidrogênio e gás têm sido
ventilados como uma possível alternativa." Mas os combustíveis fósseis não serão
deixados de lado. "O mercado está mudando e estamos tentando acompanhar o
mercado de combustíveis fósseis e outras demandas que estão chegando em
decorrência de alterações globais", ela afirmou. Itaqui, inclusive, começará a
exportar sebo bovino para ser utilizado como matéria-prima para renováveis no
mês que vem. O projeto de descarbonização é o primeiro em um porto brasileiro e
teve 90pc de aderência de outras companhias que operam em Itaqui, como
operadoras arrendatárias, agências que representam navios, profissionais de
praticagem e transportadoras. As discussões sobre mudanças climáticas não são
novidade no porto maranhense, tendo começado em 2021. Após os primeiros
inventários de emissões, , calculados no mesmo ano, autoridades enxergaram a
necessidade de construir um plano de descarbonização, apontou Lemos. "Olhamos
para Valencia, que possui metas de zerar as emissões até 2030 e muita
experiência no setor." Por Laura Guedes Envie comentários e solicite mais
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